Bota camisinha meu amor!

Férias de verão, calor, carnaval... e lá vem as propagandas na televisão fazendo menção ao uso de camisinhas nas festas por aí a fora... Então conversando com o Professor, descobrimos que ainda tem muita gente achando que “a natureza” é “Ana Tereza”...

Muitas são as pessoas (sim, pessoas, porque essa falta de conhecimento ultrapassa os limites da adolescência), que não sabem - ou fazem vista grossa - como usar a camisinha, para que ela serve(?)... Há pessoas inclusive que veem a camisinha como acessório dispensável.

Mas já foi, sabiam?!

As primeiras menções escritas sobre camisinha são do Egito Antigo, onde eles usavam protetores de pênis nas caçadas, para evitar picadas de insetos ou possíveis traumas locais lidando com animais. Eram feitos de linho, couro ou papel. Na China e no Japão usavam métodos parecidos com os dos egípcios.

Nos tempos antigos as pessoas não tinham grandes preocupações com doenças sexualmente transmissíveis e quanto ao planejamento familiar, as mulheres faziam uso de “mandingas” inventando fórmulas esquisitas e supersticiosas para evitar a gravidez, como por exemplo usar nas partes íntimas gengibre e suco de fumo ou fezes de crocodilo, que até podiam fazer algum efeito já que alteravam o pH local, como os espermicidas modernos, mas colocar aranha morta debaixo do braço durante o ato sexual também fazia parte das invenções esdrúxulas para evitar filhos.

Virando pro lado ocidental do globo, a mitologia grega, sim a mitologia (!) nos apresentou a camisinha elegantemente ao contar a história do rei Minos que enfeitiçado, ejaculava serpentes, dragões e outros monstros que matariam suas concubinas após o coito, mas uma delas, Procris, por quem ele se apaixonou, para se proteger e poder viver seu amor introduziu em sua vagina uma bexiga de cabra , na qual os monstros do sêmen de Minos ficaram aprisionados.

Durante a Idade Média, com a disseminação de doenças venéreas na Europa se fazia necessário a invenção de um método mais eficaz. Em 1564, o anatomista e cirurgião Gabrielle Fallopio confeccionou um forro de linho do tamanho do pênis e embebido em ervas. Mais adiante, estes preservativos passaram a ser embebidos em soluções químicas (pretensamente espermicidas) e depois secados.



Foi só no século XVII, que a camisinha ganhou um "toque de classe". O Dr. Quondam, alarmado com o número de filhos ilegítimos do rei Carlos II da Inglaterra (1630-1685), criou um protetor feito com tripa de animais. O ajuste da extremidade aberta era feito com um laço, o que, obviamente, não era muito cômodo, mas o dispositivo fez tanto sucesso que há quem diga que o nome em inglês (condom) seria uma homenagem ao médico. Outros registros indicam que o nome parece vir mesmo do latim "condus" (receptáculo).

A "camisinha-tripa" seguiu sendo usada, até 1839, quando Charles Goodyear descobriu o processo de vulcanização da borracha, fazendo-a flexível a temperatura ambiente. Mas não se anime que a higiene absoluta ainda não nasceu. Nesta época, os preservativos de borracha eram grossos e caros e, por isto, lavados e reutilizados diversas vezes (eca!).

As camisinhas de látex só surgiram em 1880 e daí evoluíram à medida que novos materiais foram desenvolvidos, adicionando novas formas, melhorando a confiabilidade e durabilidade.

Vendo essa história da camisinha, acho que todos deviam repensar quando dizem que a camisinha incomoda, porque os antigos usavam, mesmo sendo de materiais bem desconfortáveis, cá pra nós... Além disso, vale lembrar sempre: camisinha não é só um método contraceptivo, é uma forma de proteger a sua vida!

Esse assunto é extenso como conversa de comadre, por isso continuaremos a falar da boa e velha camisinha (e como é velha!) em postagens posteriores... Fiquem ligados!

;-)


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